Antonio Jin

Já faz muito tempo que as séries coreanas vêm fazendo sucesso. Todavia, nunca tive interesse em assistir alguma delas, pois tinha o preconceito de que seriam uma espécie de "novelinhas água com açúcar". A maioria realmente é, contudo uma amiga próxima me recomendou uma série da Netflix com a certeza de que eu não iria me decepcionar. De mente aberta e movido por um interesse de natureza sociológica somado à curiosidade por algo oriundo da terra de meus ancestrais, topei a experiência. O "dorama" se chama "Alquimia das Almas" e possui duas temporadas, totalizando trinta episódios. Tem luta, ação, ótimo enredo, fotografia belíssima, magia e feitiçaria a la "Harry Potter", efeitos visuais, referências claras à cultura coreana (como os quatro elementos: céu, terra, fogo e água - presentes da bandeira do país, com os riscos inteiros e quebrados, além da dualidade yin-yang, também presente na bandeira nacional). Tudo isso em um cenário épico e medieval com um tipo de feitiçaria que permite que o detentor da mesma consiga transferir sua alma para outro corpo (daí o título). O problema é quando isso é utilizado "para o mal", e então existem alguns magos responsáveis por capturar as "almas invasoras". Ainda que como uma referência sutil, a ação destes magos lembra um pouco "Blade Runner", mas ao invés de androides, agem como "caçadores medievais de almas invasoras", com perseguições inclusive no meio da multidão. E também de forma sutil, a série faz uma crítica social à ganância dos poderosos que querem cada vez mais poder. E como não poderia deixar de ser, traz sim um pouco de romance, entretanto está longe de ser algo insuportavelmente meloso, e mesmo um indivíduo racional e robótico como eu consegue ver numa boa, até porque existe uma certa dose de humor nos protagonistas. A primeira temporada é excelente. A segunda não tem o mesmo ritmo, mas ainda assim consegue dar conta do recado. Nota 9. Se continuarei a assistir doramas? Talvez. Ou melhor , por que não? Quem sabe "Mask Girl"...