Daniel Sperandio

Um filme com uma premissa com muito potencial, mas é estragada pelos delírios racistas do Spike Lee. Um amontoado de clichês políticos, em que o mal é representado pelo boné da campanha de Trump. Cansa pelo excesso de vitimismo. A metade final do enredo é arrastada e tem muita encheção de linguiça. Há algumas resoluções de roteiro convenientes que não dá pra aceitar. Há uma decisão super contraditória tomada pelos protagonistas que vai de encontro a toda a motivação das personagens que é o eixo da história. O lado positivo fica pelas personagens carismáticas (nem todos), diálogos bem montados e a bela imersão no ambiente do Vietnã do passado e atual.

Pra quem é fã dos primeiros filmes, é uma ofensa sem tamanho. Um enxurrada de referências gratuitas e sem contexto. Um filme confuso em que você não entende a real motivação das personagens. Nos filmes anteriores, o que era uma questão de sobrevivência da humanidade, a busca pela verdade e o sacrifício pelo próximo, se tornaram sequências desinteressantes de ação. Qual o motivo da empreitada? Resgatar a Trinity (que está cagando pro mundo real, e tem uma recaída sem sentido por Neo?). Qual é desse Morpheus? Dá a impressão que o objetivo dele é introduzir Neo à paródia dos fãs, sem motivo mais nobre. A nova Zion é apresentada por mera formalidade, e nao se fala mais nisso. As sequências de ação tem cortes de câmera demais, uma bagunça, é cansativo. Keanu Reeves que é ídolo de uma geração enterrou Neo. Não vejo uma justificativa para gostar desse filme. Se tem um lado bom, é mostrar aos críticos dos filmes 2 e 3 que eles não eram tão ruins, afinal.