Eu tentei começar Corazón Salvaje algumas vezes, assistindo aos primeiros capítulos, mas nunca seguia adiante. Entretanto, a curiosidade sobre por que essa novela é tão cultuada me motivou a dar uma nova chance em 2024. Foi a partir do primeiro encontro entre Mônica e Juan del Diablo que fiquei completamente preso nesse romance, ansioso para descobrir como duas pessoas tão opostas iriam se apaixonar.
Resultado: "devorei" a novela em pouco mais de um mês, e ela se tornou minha favorita de todos os tempos (até hoje). As qualidades de Corazón Salvaje são muitas: figurino, musicalização, ambientação... mas quero destacar três pontos.
Primeiro, a produção, que conseguiu representar de forma verossímil a época retratada. A forma de falar, os gestos, tudo nos transporta para o início do século XX, no mar do Caribe.
Segundo, o elenco, com atuações magníficas até nos diálogos mais simples.
E terceiro, o roteiro, que é enxuto e ágil. Sinto-me profundamente respeitado como telespectador ao acompanhar uma trama em que os escritores se preocupam em entregar bons capítulos, sem enrolação ou pontas soltas, valorizando o tempo de quem assiste.
Uma das minhas cenas favoritas é quando Juan encontra uma foto de Andrés nas coisas de Mônica. Eles brigam, e ele, furioso, passa a noite na cantina, chegando até a tentar dormir com outra mulher. Mônica, que chegou a ir atrás dele, volta para casa. No dia seguinte, quando Juan retorna, ela está almoçando sozinha e age como uma verdadeira dama: serve-o como se nada tivesse acontecido, até pedindo desculpas por não tê-lo esperado, já que não sabia se ele viria. Depois de demonstrar toda a sua dignidade, Mônica finalmente expõe o quanto se sentiu ofendida. Os dois discutem, mas, no final, acabam se entendendo.
Em resumo, Corazón Salvaje é incrível. Assistam! Apenas assistam. Vale cada minuto do seu tempo.