Guilherme

"A vida é bem mais fácil se você puder confiar nas pessoas" O "Segredo da Dinamarca? é um livro fascinante escrito pela jornalista inglesa Helen Russell, publicado em 2016 pela editora LeYa. A autora decidiu se mudar para a Dinamarca quando seu marido recebeu uma proposta de emprego da Lego, a maior empresa de brinquedos do mundo. Eles moravam em Londres e estavam sobrecarregados pelo trabalho e pela agitação das grandes cidades. Helen fez uma pesquisas sobre o país e descobriu que a Dinamarca é o país mais feliz do mundo, segundo o Relatório das Nações Unidas sobre a Felicidade no Mundo. Assim, ela decidiu se mudar para lá com seu marido e traçou um verdadeiro projeto ?Felicidade?. No livro, compartilha suas aventuras na pequena cidade de Billund (ou ?No Meio do Nada?, como ela apelida) e também fala um pouco de outras cidades, como Copenhagen e Aarhus. Ela tem uma escrita bastante fluida, intercalando humor com dados estatísticos e curiosidades. No entanto, apesar de serem considerados o país mais feliz do mundo, os dinamarqueses nem sempre se dão nota dez. Helen explora isso em seu livro, compartilhando suas descobertas e reflexões sobre a cultura dinamarquesa. Ela fez intensas entrevistas com inúmeras pessoas e milhares de pesquisas para entender o segredo da felicidade dos dinamarqueses. "Qual nota você se dá no quesito felicidade numa escala de 0 a 10?" Ao longo das mais de 300 páginas é possível perceber o forte choque cultural e imersão vividos pela autora e possíveis de sentir através da leitura. Fica bem nítido a "Lei de Jante" que, apesar de ser ficção, é muito utilizado pelos dinamarqueses. Mesmo com toda essa 'burocracia social", princípios e tradições, nem sempre são a utopia que parecem ser. Eu recomendo fortemente a leitura desse livro para aqueles que desejam aprender mais sobre a cultura dinamarquesa e como eles conseguem ser tão felizes. É uma ótima maneira de descobrir mais sobre o que torna a vida na escandinava tão especial e como podemos aplicar esses princípios em nossas próprias vidas. Através das entrevistas e pesquisas de Helen, os leitores podem obter uma compreensão mais profunda do segredo da felicidade dos dinamarqueses e terão uma incessante vontade de ficarem hygge com suas famílias.

*"Burros vivem muito tempo [...]"* "A Revolução dos Bichos" é um livro escrito por George Orwell, um jornalista inglês. Publicado em 1945, o livro apresenta uma alegoria inteligente e poderosa que retrata a corrupção do poder e a luta pela liberdade. A narrativa oferece uma crítica contundente aos regimes totalitários e a propaganda socialista. Orwell, ficou desiludido com a distorção e corrupção que percebeu em regimes como a União Soviética. Através da fábula dos animais, ele expressou suas preocupações e parafraseou sua opinião política, alertando para os perigos do poder absoluto e a manipulação ideológica. A história se passa em uma fazenda, onde os animais, cansados da exploração e dos maus-tratos dos humanos, se rebelam e tomam o controle da propriedade. Eles estabelecem sete mandamentos, conhecidos como "Os Sete Mandamentos da Animalismo", que visam garantir igualdade, justiça e cooperação entre todos os animais. Porém, à medida que o tempo passa, os porcos, liderados pelo astuto Napoleão, começam a usurpar o poder para benefício próprio, instituindo uma "Aristocracia Suína". Através da manipulação e da propaganda, eles corrompem os princípios fundamentais da revolução, criando uma nova hierarquia opressiva, onde os porcos se tornam a classe dominante. Essa reviravolta na narrativa é uma crítica direta ao regime stalinista, onde a liderança comunista, representada pelos porcos, distorce os ideais revolucionários para consolidar seu próprio poder e privilégios. Orwell usa os bichos como uma metáfora para as diferentes classes sociais, oferecendo uma reflexão profunda sobre a corrupção do poder e a natureza humana. "Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que os outros." Essa frase traz a essência do enredo, expondo a hipocrisia dos líderes que se aproveitam do poder para estabelecer uma nova forma de opressão. Para aqueles que buscam e gostem de uma leitura instigante e provocativa, fica minha recomendação. O livro nos faz refletir sobre questões fundamentais da condição humana, despertando uma consciência crítica em relação aos abusos de poder e às ameaças à liberdade individual.

Confesso que dentre os outros 2 livros da Lucy Foley, esse foi o que eu mais gostei, mas isso não faz dele o meu livro favorito. A protagonista é Jess, meia-irmã de Benjamin Daniels, um jornalista investigativo. Em busca de uma vida melhor e de se reconstruir, Jess pede abrigo ao meio-irmão, Ben. Ele mora em um apartamento muito chique em Paris, que fica no N°12 da Rue des Amants, local onde a garota nunca imaginara que seu irmão poderia estar. Naquela mesma noite, ele mandou um áudio dizendo que estaria na espera por ela quando a mesma chegasse, porém não foi bem assim. E é aí que começa o mistério. Na manhã seguinte, muito preocupada, Jess decide buscar pistas para achar o paradeiro do irmão. Há poucas pessoas que podem lhe ajudar a encontrar a chave desse enigma: A socialite, o bonzinho, o bêbado, a angustiada e a concierge. Mas será que eles são confiáveis? Construindo relações com os moradores, agora seus vizinhos, Jess começa a colocar a sua vida em risco. Sua preocupação não é mais saber como arrumar um sentido novo para a vida, mas solucionar a incógnita que as paredes daquele lugar. Como dito anteriormente, é o meu livro favorito da autora. Gostei bastante do mistério, não é nível Agatha Christie, todavia tem um enredo envolvente. Apesar de gostar da narração e da escrita, acho um pouco confuso a maneira que é retratado a ordem dos fatos. A leitura se desenvolve e flui, o que não senti em "A Última Festa" e "A Lista de Convidados". É um bom livro e tem um mistério não enjoativo, com reviravoltas, plot twists que enriquecem a leitura e estimulam o leitor a ler. Recomendo ao público que é fã de Thriller.

O livro conta a história da protagonista Molly Gray, de 25 anos, que foi criada a vida inteira pela sua tão amada avó, Dona Flora, que infelizmente a deixou há alguns meses. Molly tem dificuldades sociais e interpretava as coisas como sua avó havia lhe ensinado, isso irá fazer com que as pessoas se aproveitem de sua inocência. Consequentemente, fará com que sua vida vire de cabeça pra baixo. Mas como diria sua vó: "Tudo vai ficar bem no final. Se não está tudo bem, é porque ainda não chegou ao fim." O livro tem reviravoltas e grandes pequenas reflexões que deveríamos adotar em nossas vidas. A Camareira não tem um enredo muito forte, mas levo em consideração que o livro é o romance de estreia de Nita Prose, a autora. Em particular achei o livro incrível e a leitura bem fluída e fiel às minhas espectativas. Recomendo muito. De uma coisa é certa, A Camareira está pronta para te surpreender.