Este jogo foi uma grande decepção no começo. Estava injogável e cheio de bugs. Entrar ou sair de um carro era muito problemático, só para se ter uma ideia. Quase não acreditei que a mesma CD Project Red que criou The Witcher era a mesma produtora.
Tentei jogar no Playstation Pro mas diante de tantos problemas e comentários negativos, acabei desistindo. Nem a estória me cativou. Acompanhei todas as atualizações e a promessa de que a produtora iria consertá-lo. Ao contrário de muita gente, não vendi meu jogo em mÃdia fÃsica. Decidi esperar e percebi que as coisas poderiam mudar.
Após várias atualizações, decidi dar mais uma chance após quase 1 ano do lançamento. Para minha surpresa estava rodando bem melhor no PS Pro, de acordo com as reviews que havia assistido no YouTube. Ainda haviam bugs mas muito raros de ocorrer.
Comecei do zero e escolhi outra classe de personagem. No começo foi difÃcil me adaptar a tantas opções e detalhes, mas já havia passado pela mesma experiência em The Witcher 3. Só insistindo para saber.
Acabei percebendo uma coisa nestes jogos de RPG: são tantos detalhes de personalização, regras e ações definidas nos controles, que você acaba não percebendo detalhes gráficos e, também, da estória. Foi só no meio do jogo que comecei a admirar a grandiosidade do mundo virtual que haviam criado. E tive a certeza de que não deve ter sido fácil para muitos programadores. Se você estiver jogando ou ainda irá jogar, passeie pela cidade, sem compromisso. Percebe-se que a intenção era criar algo vivo e realista, apesar da cidade ser futurista.
Da mesma maneira que The Witcher 3 me cativou, mergulhei em Night City e me envolvi na estória, que é muito boa por sinal. Sei que faltou muita coisa mas tenho que concordar que eles conseguiram consertar o jogo e me cativar. Mas não 100%. O sistema de metrô, por exemplo, não funciona da maneira correta. Você não consegue embarcar nos trens. Por outro lado, o centro da cidade impressiona pela grandiosidade e detalhes. E quando chega a noite, a iluminação é um show a parte.
A trilha sonora é totalmente original, mas acredito que muitos acharão duvidosa. Mas tenha em mente que ela foi baseada em um argumento que se passa em 2077 e muitas coisas mudaram no planeta. Mesmo assim, muitas músicas acabaram sendo incluÃdas em minhas playlists do Spotify.
Desde que joguei pela primeira vez, tive a certeza que Cyberpunk 2077 não era um jogo para rodar no PS4 ou Xbox One. E isto ficou ainda mais evidente com a chegada do PS5 e Xbox Series X, além das novas placas de vÃdeo. A Nvidia, inclusive, utilizou o Cyberpunk 2077 para demonstrar o novo DLSS 3.0. E isto após quase 2 anos do seu lançamento. O jogo só está melhorando com o tempo e ano que vem sairá uma nova dlc. É realmente uma pena que tudo isso só tenha acontecido agora. Mas que sirva de lição para esta e demais produtoras que se baseiam nos lucros dos acionistas.
Resumindo, Cyberpunk 2077, não é um jogo para qualquer pessoa. É um RPG cheio de detalhes e opções. Se você não estiver preparado, irá se assustar e desistir rapidamente. Mas, assim como The Witcher 3, aqueles que decidirem seguir até o final podem acabar virando fãs.