Ray ratinho

EU AMEI Trata-se de uma narrativa de tema pesado, mas sua abordagem é leve, fazendo do livro ótimo para quem gosta do gênero terror sem abordagem pesada e intensa. Nosso amado protagonista é um garoto adolescente negro e gay de uma escola onde só há pessoas brancas, e além disso, ele vê fantasmas, o que torna a história ainda mais interessante. Terminei o livro em uma semana, amei demais. Me identifiquei muito com a personalidade do personagem, que no início aparenta ser um aluno mediano que está sempre de encosto, como se fosse invisível, porém mais tarde quando conhece pessoas novas e um fantasma passa a o atormentar, acontecimentos da vida de Jake o fazem querer mudar: Ter coragem para conhecer gente nova, ser mais confiante e até descobrir um amor.

(CONTÉM SPOILER) Rufus e Mateo me levaram a mergulhar em suas vidas e suas histórias. Me identifiquei particularmente com Mateo: seu medo por tudo, como se ele fosse um vidro fino que poderia ser quebrado a qualquer momento, sua ansiedade em descobrir o novo e nunca sair do tradicional por medo de sair da área de conforto e nunca mais voltar para ela. Logo aparece Rufus, totalmente o oposto de Mateo, ele vive até demais e leva Mateo a viver mesmo sendo o dia de sua morte. Esses dois aqueceram meu coração e me lembraram que a vida é uma das maiores preciosidades que temos e que deveríamos aproveitar cada segundo, minuto, hora, dia, ano e assim vai enquanto estivermos com ela. Eu ri, chorei, gritei com esse livro, fiquei muito put com o final, porém foi uma experiência cheia de emoções, e que amei.

Lar. É tudo a que esse livro se resume, a lar. Nunca me senti tão "não-sozinha" quanto me senti lendo isso, eu amo esse livro, do fundo do meu coração. Elayne caprichou em cada capítulo, não tem nenhum defeito, Íris Pêssego mostrou a mim mesma que há beleza, orgulho e felicidade em ser lésbica e abriu meus olhos para a dúvida "eu gosto de garotos ou só tenho medo de >só< gostar de garotas?". Esse livro me descobriu e me fez sentir que há outras garotas como eu, porque há.

Aborda um tema super interessante para pequenos, fala sobre um príncipe que gosta de vestidos e sua costureira. Levanta a pauta sobre a diversidade e como roupas não deveriam ser designadas a um só gênero, pois são apenas pedaços de pano, inspira e motiva o leitor a ter autonomia, ser quem é independentemente do que digam. Isso tudo numa narrativa leve, fofa e de vocabulário fácil de entender, muito recomendável para crianças