A reportagem de hoje sobre a falta de profissionais qualificados para atuar em UTI, eu gostaria de comentar, sendo Enfermeira com Mestrado em UTI e Epidoemiologia -UNB, 16 anos de experiência em UTI. Atualmente trabalho com ensino e pesquisa, porque sou readaptada por motivos de saúde, não atuando mais na assistência. Em BrasÃlia existem vagas a serem ocupadas e de fato pedem especialização na área e experiência, porém o salário oferecido é muito baixo para uma carga horária de 44 hs semanais tanto para enfermeiros e técnicos de enfermagem. São categorias que não possuem um piso salarial decente, além de péssimas condições de trabalho, no sistema público pelo sucateamento e lotação e na iniciativa privada pelo clima organizacional e pressão psicológica.O projeto de lei que se arrasta há quase 20 anos sobre as 30 horas não avança, a valorização profissional não passa de aplausos, e o investimento que fazemos em educação permanente é pouco valorizado. Começamos bem a profissão, investindo nosso tempo, saúde e dedicação, porém o retorno financeiro e a valorização profissional é mÃnima.Me senti na obrigação de compartilhar um pouco das minhas percepções, pois de fato falta profissionais onde se exige muito e o retorno é pouco. Então, lutar por melhores condições de trabalho, por um piso salarial decente deveria ser uma prioridade, principalmente no momento em que vivemos e percebemos a importância dos profissionais. A terceirização piora ainda mais essa situação. Espero que o meu comentário traga reflexões e sensibilize a impressa para ingressar nessa luta.