Cleiomar Queiroz

As atuações tiveram mais brilho que o Dorama em si. Não que a história seja ruim. Tem a luta pelo poder, conspirações, agentes duplos, um romance secundário, cenas de ação, mas o enredo era mais do mesmo, sem muita profundidade ou grandes surpresas. Sabíamos exatamente o que iria acontecer, não houve tantas reviravoltas. Mais uma grande atuação da talentosíssima Kim Yoo Junk, o seu lado cômico se sobressaiu, mas as cenas dramáticas tiveram grande carga emocional. A química do casal também foi boa. A minha crítica vai para um veterano. Cheon Ho-Jin não foi aquele vilão que causava repulsa. Ele me pareceu bastante inexpressivo, pouco inspirado para ser um vilão. Cheguei a duvidar algumas vezes que ele teria ou não más intenções, isso não é bom. No geral, um Dorama razoável. O casal secundário tinha uma cena por episódio. Poderiam ter mais destaque.

O Rei de Porcelana é uma história cativante, apesar de clichê. Mostra que nem sempre temos o controle de nossa vida, o destino gosta de intervir, mas sempre com um propósito. A atuação de Park Eun Bin é emocionante do início ao fim. Apesar de mais uma vez exageraram na maquiagem de uma personagem que precisa se passar por homem, ela convenceu com sua boa atuação. O final clichê não estragou essa linda história de amor.

Um Dorama bem amarrado, com bastante intrigas e conspirações. A luta pelo poder é como uma partida de baduk: exige muita estratégia. E foi isso que prende a gente, a curiosidade da saber qual o próximo movimento, de que lado os personagens estão. A gente não sabe qual a verdadeira motivação do rei até ver o último episódio. A minha crítica vai para a atuação da Shin Se-kyung. Desde Run On percebo que ela tem dificuldades de ter química com seu par romântico. Ela é uma boa atriz, mas peca muito nessa parte. Não senti em nenhum momento que ela estava apaixonada pelo rei, e isso me incomodou bastante. Parecia fingimento. Cheguei a acreditar que ela levaria a conspiração até o fim. Tirando isso, o Dorama é perfeito, com uma trama que te prende do início ao fim.

O dorama em si é bom, mostra a realidade dos escritores e do mundo editorial de forma bem profunda. O que mata é a protagonista. Dan-i se casa com a pessoa errada, é traída e sofre como qualquer mulher, mas quando arruma emprego na editora, quer carregar o mundo nas costas, fazendo de tudo e mais um pouco, dando palpite toda hora, extremamente prestativa, quase ao ponto de querer ser a presidente. Boazinha demais no trabalho, mas em casa é completamente irritante e infantil. Mesmo sendo madura, é completamente cega ao sinais que o Eun-ho dá, ou se faz de boba só por pirraça. Não consegui terminar.

A série é boa, alguns personagens são cativantes, mas outros são quase figurantes. O quinteto tem pouca função no enredo, o casal Dae-Young e Jin-dal teve pouco destaque, e o casal principal não teve aquela química. A história salvou, a Sam-Dal foi acusada injustamente de assédio, tentou se defender, mas não foi capaz de convencer a opinião pública de que era inocente. Então busca refúgio na sua cidade, onde encontro um antigo amor. Ela luta para se reerguer enquanto reflete sobre os seus sentimentos.

Um dorama leve e um pouco superficial, tratando o amor com simplicidade, sem os dilemas e dramas que podem surgir pelo caminho. Os conflitos também são tratados de forma superficial, mas se encaixam bem na proposta do autor.

Não gosto de personagens sem amor próprio, que ficam se humilhando. O personagem principal se divide em dois: um que é romântico, apaixonado e atencioso e outro irritante, sem amor próprio e insistente. Mesmo assim, ele reclama que a Eun-o se passou por outra pessoa, sendo que ele também não é consistente em suas atitudes, muitas vezes infantis e irritantes. Nenhuma mulher no seu juízo perfeito iria aturá-lo. A Eun-o também é muito indecisa. Enquanto foge do relacionamento, tenta manter vivas as lembranças, guardando o anel e revelando as fotos. As três estrelas foram pelas cenas românticas.

Não entendi as avaliações ruins desse dorama. A história traz uma lição belíssima sobre o amor: quando se ama, mesmo as escolhas ruins os levam para o mesmo lugar. Normal a gente se zangar com as escolhas dos personagem, mas é sobre isso que o dorama trata, da nossa humanidade, dos nossos medos, receios e da nossa tendência natural de agir pela emoção e esquecer a razão. Tudo foi tratado com uma profundidade que penetra a alma. Para mim foi um dos melhores doramas, atores se entregaram completamente, atuações impecáveis. Tudo perfeito.

Achei muito autêntico, bem diferente dos doramas tradicionais. Relacionamentos são complicados, ainda mais por ela estar passando por problemas pessoais e ter sido abandonada e se sentindo inútil. É preciso reunir forças para voltar a viver, fugindo da sombra do passado. Ela fez uma escolha, achando que ele poderia lidar com isso e os dois ficariam juntos, mas não tentou se colocar no lugar dele. Ficou a dúvida se ficaram juntos, mas digo que não. Depois do último encontro, estavam reticentes e tentando seguir a vida. A única forma de terminarem juntos era desistindo da carreira, o que ela deixou claro que não faria porque estava rodeada de pessoas e não se sentia mais sozinha, embora seu coração dissesse o contrário, que sentia muita falta dele.

Os protagonistas apostaram uma corrida cujo prêmio era um pedido para terminar o namoro, pareciam dois pilotos da Nascar numa corrida mortal estilo Mad Max. Depois disso passaram a série toda dependendo de chofer pra ir pra escola. Assisti até o final na força do ódio, kkkkk.