Já li muitos falarem que os personagens principais não tem “nenhuma química”, mas para o enredo do filme no início era essa a intenção, pois para se ter a química tem que ter atração física e foi isso, que a atraiu nele - aparência de uma outra pessoa - mas não foi por isso que ela ficou, ela ficou por quem ele é. O que os conectou nos foi passado no início do filme, quando ele está seguro pela distância que os separam e consegue ser natural. Conversar sobre filmes, música, livros e se abrir um com outro. Mas a partir do momento em que ele perde essa distância que o protege, aí essa segurança morre. Morre não, ela é assassinada por ambos.
Não costumo comentar sobre filmes, gosto de indicá-los aos meus, mas acabei gostando dele muito mais do que pensei que fosse.
Um adendo em uma crítica a fazer, foi o fato do Josh tão facilmente ter superado a rejeição e ter se oferecido para ajudar a Natalie a ficar com o Tag, parei e pensei em mim mesmo e no meu nível negativo de confiança, e sinceramente? É exatamente o que eu faria ou que eu já fiz, em menor intensidade, tantas vezes quando me aproximei de alguém por interesse romântico, acabava me tornando amiga da pessoa e a ajudando em seus próprios lances amorosos, porém eu o compreendo, essa auto sabotagem é bem menos ficcional do que se imagina.
O tipo de lance entre eles é mostrado de um jeito não tão convencional. Quando e principalmente por ele: lembrar detalhes importantes como a sua alergia ou que não come carne, encontrar uma forma de fazer com que ela possa lidar com seus medos através de sua música favorita, saber suportar suas crises de raiva e apoiá-la, mesmo que isso o faça sofrer.
Quem vai assistir o filme a procura de encontrar aqueles olhares amorosos, toques acidentais, quase beijos ou aquele momento absolutamente conhecido em que a mocinha começa a conhecer o “Crush”, vai descobrindo como ele é babaca, mentalmente fazendo comparações com aquele melhor amigo bobão e percebe que ele é a melhor pessoa que ela já conheceu e que na verdade o ama. Porque assim que ela viu a aparência do Josh, jogou ele no mais profundo esquecimento, como se ele nem fosse um ser humano.
Os momentos entre eles não tem química pelo simples fato de que ela não existe. Ele não têm a menor esperança e está tão confortável nessa posição de alguém não indesejável, que as situações passam naturalidade, ela não o enxerga pela mágoa e a decepção que teve pela mentira, não existe faísca. Por isso no final a Natalie pede perdão a ele por demorar tanto a perceber que o que sentia por ele, era simplesmente amor e que a pessoa perfeita existia, mas que pra ela o perfeito não era o que a maioria queria os que lesse jornais, mas o que roubava jornais com ela e assim percebeu que, os que unius de fato foi o interior.
E a real é que alguns também não conseguem olhar pra ele e imaginá-lo como a possibilidade amorosa de alguém, ele não têm o perfil desejável para a grande maioria e isso me fez amar ainda mais o personagem e o filme… Recomendadíssimo “Love Hard” (Um Match Surpresa), já quero o 2.