Além do roteiro lamentável, com diálogos óbvios e maçantes, o filme mostra a trajetória de uma pessoa oportunista, que roubou todo o trabalho de uma mulher cujo nome nunca foi mencionado no livro nem na história.
O próprio filme mostra essa apropriação dos materiais, e quando a verdadeira médium que escreveu tudo pediu que Leon devolvesse os cadernos a ela, pois ela também queria publicar uma obra com o nome dela, ele se recusou, dizendo que os cadernos pertenciam à doutrina espÃrita, que ele mesmo havia criado.
Allan Kardec não existe, foi um pseudônimo criado por ele para não "queimar" sua carreira acadêmica. Segundo ele, Allan Kardec foi sua última encarnação como um druida na Gália (sic)... Nada surpreendente. Se até Marie Curie foi execrada na França, meio século depois, não é de se espantar que os ideiais machistas de igualdade, liberdade e fraternidade da época tenham jogado a verdadeira autora do Livro dos EspÃritos na lama como uma cigana imunda, e reverenciado o acadêmico de pretensos métodos cientÃficos.