O DIA TÃO ESPERADO CHEGOUUU, TRAGAM UM OSCAR PRA ESSA PORRA!!! BRASIL SIL SIL. Simplesmente assisti o tão falado “Ainda estou aqui” e pelo amor de deus, já adianto que é um filme que intercala entre ser forte e intimista em vários momentos. Nessa obra, vemos a trajetória da Eunice Paiva, que depois de seu marido, Rubens Paiva ser sequestrado e morto pela ditadura, ela tem uma luta incessante por justiça e por respostas sobre o que realmente aconteceu por anos.
Filmes de ditadura militar aqui no brasil sempre são sensíveis por mostrarem a crueldade e a dificuldade que foram os anos de chumbo. Mas “Ainda estou aqui” sai muito dessa curva pq sem exibir nenhuma cena de violência explícita, consegue nos envolver no drama que a família Paiva tava passando. O filme deixou bem claro que pior que a tortura física, era só a tortura psicológica que familiares das vítimas passavam, sem ter respostas ou como se despedir dignamente daquele que era visto como “subversivo”. Mas o bom era que o filme não se limitava a mostrar só o lado cruel, pq no meio daquela tragédia, ainda existia carinho, unidade e parceria entre os Paiva. Mesmo sem a presença do Rubens, as crianças e a Eunice achavam um jeito de desviar da triste situação por meio dos abraços e dos sorrisos, pode ter certeza que dessa forma, eles estavam resistindo quase da mesma forma que um guerrilheiro.
O roteiro é simplesmente incrível. É NÍTIDO ver tudo o que muda bruscamente depois do desaparecimento do Rubens Paiva. Toda a dinâmica da família se transforma, mas sem perder o mais importante: o amor né. O desenvolvimento dos personagens é muito bem construído. quem tem o maior destaque nesse quesito é a Eunice, óbvio. tudo o que acontece com ela e no âmbito familiar tem um peso enorme em sua vida, Mas mesmo assim ela nunca demonstrou fraqueza na frente de ninguém. Uma mulher inegavelmente forte pra krl.
Acho que um dos aspectos mais perfeitos, foi toda a ambientação construída da época que o filme se passa! grande parte da trama se passa no rio de janeiro dos anos 70 e é incrível como conseguiram transpor tudo de mais marcante desse tempo para nos ambientar para a narrativa. Foram as músicas, as roupas, os móveis, carros… E a fotografia perfeita também ajudou a contar essa narrativa de uma forma extraordinária.
Eu não tenho o que falar mal de “Ainda estou aqui” e se não vier pelo menos um oscar pode ter certeza que vai ser uma injustiça das grandes e imperdoável. Como eu disse, o filme intercala muito bem os momentos de leveza e os mais tensos, o que torna ele uma ótima narrativa sobre o período ditatorial do brasil, e a esperança que fica é de nunca mais esse câncer atinja o brasil de novo. Roteiro incrível, atores perfeitos… só orgulho dessa obra ser do brasil, país do cinema, futebol e putaria.