No geral, o filme Donzela promete muito e entrega muito pouco, menos do que se poderia supor. O filme é carregado nas costas unicamente pela atriz da protagonista e os cenários brilhantes. Uma criança de 10 anos escreveria um roteiro mais coerente do que o desta produção milionária.
Uma verdadeira decepção para o catálogo da Netflix.
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A publicidade do filme mandou muito bem, prometendo um grande acerto para o catálogo da Netflix, porém o acerto termina por aÃ. Os trailers acabam sendo mais interessantes que o filme em si e entregam as melhores partes da história, tirando toda a surpresa das reviravoltas quando se vai assistir.
No que diz respeito ao roteiro sequer da pra comentar, é decepcionante como um filme cheio de potencial desperdiça tramas, ideias e personagens com situações clichês e *extremamente* mau explicadas. Os vilões são completamente incompetentes, a humanização do dragão não funciona, a vilanização da rainha é chocha e a do prÃncipe nem se fala, ele é sem dúvida um dos personagens mais desinteressantes e incoerentes do filme, sendo que o elenco todo segue essa mesma lógica.
Para uma trama que tenta começar muito bem, mostrando uma princesa forte que quer defender seu reino a qualquer custo, a história logo se perde com incoerências, mostrando um reino em uma miséria que você não compra e praticamente não contribui para a narrativa; seria mais fácil dizer que o pai quer se livrar dela e ponto. A protagonista tem motivações boas no inÃcio, trazendo uma relação interessante com a irmã que logo se torna uma personagem extressante, a madrasta poderia ser facilmente cortada da trama. Apesar da atuação excelente da Millie Bob Brown e da indumentária (roupas) muito bem feitas, você em vários momentos questiona as ações da personagem, que decide seguir por caminhos que não são tão coerentes.
Mas acredito que o principal ponto que prejudica o filme é a confusão da hora de explicar o contexto das situações e expor os personagens, você não entende o que está acontecendo em boa parte da história e questiona as escolhas de roteiro constantemente. Estou até agora tentando entender qual é o sentido de as princesas sacrificadas se tornarem da linhagem certa só pq casaram com o prÃncipe, será que custaria tão caro assim parar por 5 min e pesquisar genética? Além disso um dragão que fala e pode sair livremente por aà exige os sacrifÃcios mas não apenas não tem como confirmar a questão da genética como tenta fazê-lo sem o mÃnimo de sentido. Se ele queria tanto assim vingança, não era mais fácil pegar as filhas do rei e depois destruir o reino dele, deixando só ele vivo?
É o tipo de filme que exige muita suspensão de descrença e o desligamento do cérebro para ser aproveitado, mas não é tão ruim quanto poderia ser. Apenas me entristece saber que conceitos tão interessante e um atriz tão competente foram desperdiçados dessa forma por um roteiro mau escrito. Espero que a Netflix resolva essas questões caso o sucesso do filme no streaming leveà uma continuação.