Juçana Corrêa

Reflexões muito profundas sobre a vida, a morte e o amor nas suas mais diversas formas. Apesar da temática pesada, a forma de abordagem me pareceu leve, cotidiana e diria até mesmo positiva. Em muitos momentos o seriado me lembrou aquele filme antigo "O Turista Acidental", com o protagonista tendo um desempenho arrebatador, semelhante ao de Willian Hurt no filme citado. Tudo 10, palmas, somente ficou a dever o final meio abrupto, quando havia ainda tanta coisa a ser explorada e muita história para ser contada antes do derradeiro desfecho. Mesmo assim foi o melhor dorama coreano que assisti, contando todo o ano de 2022.

O melhor filme que assisti agora na virada do ano. Uma das melhores críticas sociais que vejo das nossas instituições nessa última década. Comédia? Sátira ao comportamento conservador? Se for, será também ao comportamento da esquerda através das mídias sociais e da ação de seus governantes. Talvez então uma grande paródia a essa dicotomia alimentada por radicais de todos os lados, que no filme nos arrastará até a extinção. De fato, nada ficará em pé: Governos, presunçosos e cegos para tudo aquilo que não os favoreça; Imprensa, mais atores desinformantes que ao contrário; Corporações, através de um ganancioso dono de Big Tech, são o verdadeiro poder em ação; Arte, resumida a um show business de má qualidade; Humanidade, como sempre alienada de tudo aquilo que a governa; Ciência, simplesmente um instrumento na mão desses atores. Sei não, "Não Olhe para Cima" não é um filme, é um documentário sobre esse início de século XXI.

Roteiro enxuto, direção excelente, atores impecáveis, efeitos especiais que só acrescentam a um thriller de mistério e até mesmo um pouco de terror. Fiquei impressionada com a menina que faz o papel de filha do protagonista, é encantadora. E a cena da "Yara" cantando um remix de Sangue Latino, então, assisti repetidas vezes. Tão bom assistir uma série brasileira contando uma boa história sem sexo desnecessário e baixarias. Adorei.