Todo filme com temática apocalíptica guarda uma lição de moral: por que a humanidade chegou a esse ponto? Como exemplares da espécie humana, qual a culpa dos indivíduos sobreviventes para a catástrofe que ocorreu? E, principalmente, qual lição pode se tirar de tudo que ocorreu para que não cometamos os mesmo erros no futuro?
O filme “O Mistério da Rua 7” partilha dessa mesma premissa moral com uma novidade: a mescla do subgênero ficção científica pós-apocalipse com o terror. O resultado é um surpreendente encontro entre a religião e o pensamento ecologicamente correto que encobre a velha estrutura clichê moralista da narrativa hollywoodiana: quebra-da-ordem-e-retorno-a-ordem, isto é, a punição dos personagens que ousam quebrar a ordem moral, política, social e, no caso desse filme, o pensamento ecologicamente correto.
O filme inicia até com uma interessante sacada metalinguística. O projecionista Paul (John Leguizamo) exibe a comédia mais recente de Adam Sandler enquanto folheia um livro sobre demônios antigos. Entediado, critica o filme como previsível desde o início. De repente as luzes se apagam e todos no cinema desaparecem, deixando para trás suas roupas, com exceção de Paul que estava com uma lanterna.
Nas próximas sequências vemos outros três personagens (o repórter de TV Luke - Hayden Christensen – a fisioterapeuta Rosemary – Thandie Newton – e o quase órfão James – Jacob Latimore) que sobrevivem em refúgios de luz enquanto todos vão desaparecendo ao redor. Os dias estão ficando mais curtos e a escuridão mais longa. Logo percebem que há em meio à escuridão vozes e vultos ameaçadores, seres de origem desconhecida à espera de que as luzem se apaguem para sumirem com as pessoas desse mundo.
Os sobreviventes irão se refugiar em um bar, cuja luz é mantida por um precário gerador que está à beira da pane total. Enquanto tentam encontrar uma explicação para o estranho fenômeno e traçar uma estratégia de fuga, na escuridão os vultos parecem esperar que as luzes finalmente se apaguem para também atacar o grupo.
O filme “Mistério da Rua 7” é inspirado em um incidente histórico do início da colonização norte-americana: o misterioso desaparecimento de 113 colonos na ilha de Roanoke (hoje parte da Carolina do Norte) em 1587. Nenhuma pista sobre o paradeiro dos colonos foi encontrada, a não ser a inscrição “Croatoan” em uma árvore. Stephen King também se inspirou nesse histórico episódio para escrever o livro “A Tempestade do Século” onde ficcionalmente sugere que todos os colonos foram levados por um demônio devido aos pecados.
Segundo as lendas, a inscrição “Croatoan” seria a designação de uma entidade demoníaca indígena. E é nessa lenda que se baseia o filme “Mistério da Rua 7”: demônios surgem em plena Detroit do século XXI para punir a humanidade.
O maniqueísmo puritano, presente no início da colonização dos Estados Unidos, tem uma presença forte nesse filme. Tal como em “A Tempestade do Século” de Stephen King, cada personagem é punido em virtude dos seus pecados.
Paul, o projecionista, é punido por disseminar a ilusão dos clichês do cinema (ironia metalinguística do filme), Rosemary , carregada de culpa por suposta negligência com sua filha (para complicar ainda é fumante – ela acende
o filme é muito bom mais é muito
difícil pra entender aqui está o resumo do filme