A série desperdiça a oportunidade de mostrar quem Senna realmente foi, optando por uma santificação artificial. Ele era humano, com acertos e erros, e relatar suas falhas ou decisões egoístas não diminuiria sua grandeza. Em vez disso, escolheram uma narrativa chapa-branca que enaltece a família, ignorando fatos importantes e apagando pessoas cruciais da sua história, como Galisteu. A cena com a irmã é praticamente uma propaganda do instituto medíocre da família, que há anos tenta controlar o legado de Senna, assim como aparentemente tentaram controlar sua vida ainda em vida. Não é por acaso que ele se afastou dos familiares.
A tentativa de retratar uma família "perfeita" só torna a obra mais rasa e manipulada. A relação com Galisteu foi apagada de forma desrespeitosa, enquanto a Xuxa é empurrada como a “viúva oficial”, um insulto à verdade e à memória dele. Apesar da fotografia linda e de alguns esforços dos atores, a influência da família comprometeu profundamente a fidelidade da série. Netflix, esperamos uma nova obra que retrate o verdadeiro Senna, com a liberdade que ele merece.