Telma de Oliveira Chirosa

Esta série é tocante em muitas camadas, a mais delicada é a contraposição de masculinidades. Embora seja épica, a experiência do patriarcado é atual, nos sistemas de organização social e política. Poder ver outra expressão de exercício de ser, onde a masculinidade tóxica do padrão dominante é desmontada, vale para a imaginação o Esperançar que necessitamos. O poder do Feminino ( mesmo que camuflado ) e com a possibilidade de ter a parceria com o masculino regenerado, é a possibilidade de cura no coletivo. Fiquei encantada com tudo é com o elenco primoroso, porém quis trazer este detalhe importante. Minha única queixa, foram com duas canções exaustivas e melosas, que quebravam o clima com sua tonalidade ocidental.

Um documentário extraordinário! Imagens-narrativas ricas de sentidos. A questão primeira, para sairmos do antropoceno! Um lindo e profundo relacionamento amoroso, que sinto ser o amor ágape. A correção justa, é uma professora polvo. Acompanhamos o processo de individuação de um humano e um animal. Fiquei de quatro!

Eu fiquei extremamente impactada com a viagem metafórica do filme. Metáforas que servem às muitas realidades distópicas que estamos vivendo, nos últimos tempos. Senti minha Alma Cangaceira, lavar-se num banho de cachoeira. A resistência e a ideia de comunidade são as armas mais poderosas que podemos ter. Fiquei orgulhosa de nossos atores, diretores e todos envolvidos nesta produção, muito valentes e amam muito a nossa pátria. Precisamos de muitos filmes assim, para perseverarmos e mantermos a fé e a esperança. Mas, não sem luta.