Eduardo Magalhães

Mais uma vez, Bernard Cornwell apresenta ao leitor um mundo medieval vivo, pulsante e assustadoramente verossímil. Que já fique claro: a saga do rei Artur, cujo primeiro livro é O Rei do Inverno, é uma obra inesquecível. A narrativa se passa no século V d.C., período obscuro, com poucos registros históricos remanescentes. Apesar disso, como todo bom romancista histórico, Cornwell se aproveita do cenário de incertezas e misticismo para reviver, de forma extraordinária, o lendário Artur. Sem dúvidas, a versão mais brutal, madura e emocionante que existe. Em suma, uma excelente leitura. "Estas são as histórias de Artur, o Senhor da Guerra, o Rei que Nunca Existiu, o Inimigo de Deus e - que o Cristo vivo e o bispo Sansum me perdoem - o melhor homem que conheci. Como chorei por Artur!".

Livro fantástico. Apresenta um personagem irreverente e bem conhecido da História: Giacomo Casanova. O romance começa quando Casanova, condenado pela Inquisição, escapa da prisão de Veneza e encontra refúgio em Bolzano, no interior da Itália. O interessante da obra é que não se limita a descrever os costumes promíscuos e desonestos de Casanova (forma pela qual ele é mais retratado); pelo contrário, o autor tenta nos mostrar os motivos e paixões por trás do infame personagem, com reflexões pertinentes sobre a vida, amor e interesses. De forma sucinta, o romance é muito bem escrito, prazeroso e, para o agrado de muitos, curto. Um convite à leitura das obras de Sándor Márai.