Fora as questões técnicas como fotografia, atuações, etc, nas quais o filme é de extrema competente, a história em si é intrigante.
Ao contrário do que li nos comentários, não vejo o filme como uma "ode ao feminismo" como muitos querem rotulá-lo, mas como o que ele se propõe a ser: um experimento social no qual um indivÃduo é criado isolado do mundo e depois é solto nele.
Achei o apelo ao sexo um pouco exagerado, mas é necessário pela proposta do roteiro. Neste ponto especÃfico, é interessante notar a reviravolta que acontece quando um bon vivant acostumado a descartar mulheres é descartado por uma.
Quanto à mensagem final da mulher ser dona do próprio corpo e poder fazer o que quiser com ele, é fato. Assim como é fato que um bebê no ventre não é parte do corpo dela. Terminado o parênteses...
Observamos, portanto, como seria o desenvolvimento de habilidades sociais em alguém que foi criado sem nenhuma. E aos poucos, vemos Bella construir seus próprio arcabouço moral da mesma maneira que todos fazemos: por intermédio de informações e orientações recebidas por terceiros. No caso de Bella, são os livros de filósofos e charlatães (como Marx) que acabam moldando seu comportamento em alguma medida.
Há outros pontos a explorar, mas acredito que a aceitação de seu noivo em manter o pedido de casamento com ela (mesmo após sua prostituição) tem uma explicação. Por ser um cientista, estava ciente de que para Bella, tudo o que ela fazia não era algo ruim, bom ou mal. Apenas experiências.
Evidentemente, no meio dessas mensagens há um apelo ao feminismo evidente. Mas como toda a feminista é necessariamente incoerente e desprovida de inteligência, não vejo isso como um empecilho, posto que pessoas que tenham dois neurônios funcionando serão capazes de evitar serem iludidos pela propaganda.
Recomendo o fime.