Como todo filme de terror: ou você ama ou odeia e esse não é diferente.
Temos aqui uma história baseada em fatos reais onde o principal foco não é o espÃrito maligno, mas sim a estrutura familiar. O filme fala muito dessa relação difÃcil entre pais e filhos, como isso afeta o psicológico de todos e cria barreiras emocionais que se perduram por anos. Eles focaram muito mais nessas relações do que no espÃrito e isso é uma ótima crÃtica partindo do princÃpio que enquanto os adultos estão com outras preocupações, os filhos estão sofrendo em silêncio até permitir esse acesso maligno pelo espÃrito obsessor.
Outro detalhe que gostei muito na história que torna o filme brilhante nesse sentido, é que sempre vemos filmes de terror onde a relação familiar é estruturada, boa, feliz e sempre um homem (branco) passando por esse perrengue com espÃrito, mas nesse filme é diferente porque isso aconteceu com uma famÃlia negra, pobre, frágil, desestruturada, uma mãe solo lidando com alcoolismo e com 3 filhos pra criar. Ela literalmente faz tudo que pode pra ser boa pra eles, mas sempre falha por conta do caráter e da criação que teve. Ela sempre focada em outros problemas, não percebe o que se passa com os filhos. Mas luta por eles o máximo que pode. Ela faz o melhor que consegue dentro das suas fragilidades. Uma mulher forte e com filhos igualmente fortes. Achei isso mto legal na história.
As atuações são boas, mas a história envolvendo a parte do terror é clichê, e faltando uns 30 min pra acabar eles conseguiram deixar o filme patético com cenas de possessão toscas, levitação, efeitos visuais absurdos e exagerados. Tipo, a história já era boa, não precisava disso. Já tem muito filme de possessão assim.
Porém ainda assim quando a Ebony consegue se encontrar com Deus e expulsar o demônio, falando em lÃnguas, é realmente uma cena tocante. Ali percebemos: o poder de Deus, o amor de uma mãe e a Fé quando ela está acima de tudo. Me emocionei nessa parte.
No geral filme muito bom, 7/10 seria minha nota.