O filme é razoável. O destaque são as cenas de ação, a fotografia e a atuação dos atores, sobretudo o Bruno Gagliasso e do Herson Capri. O ponto negativo do filme é que algumas cenas foram bastantes "forçadas" e pouco realistas, deixando claro que o diretor estava mais preocupado em passar uma mensagem do que retratar a realidade. Na minha opinião, eu acho louvável a pessoa lutar contra uma ditadura militar, mas o diretor não precisava ter estereotipado tanto a personagem Marighella. O Marighella é retratado quase como um santo, e não como um ser humano. No filme, Marighella é um cara sempre calmo, sorridente, gentil com todo mundo, não se percebendo nenhum resquÃcio de defeito nele e o diretor faz questão de ressaltar isso.
SPOILER ABAIXO!!!
À tÃtulo de exemplo, a "senha" que o Marighella utiliza para se comunicar com seu filho é: "respeite sempre as mulheres". Não colou!!! Essa frase foi dita num contexto aleatório do filme, pouco convincente, denotando muito mais uma pretensão do diretor em adequar o personagem com temas tão debatidos atualmente do que com o realismo. Os guerrilheiros cantando o hino nacional com extremo fervor no final do filme também não convence, parecendo muito mais "algo para ficar bonito na câmera". Achei interessante a maneira que eles retrataram a ditadura militar, mas teve uma cena que foi beeem tosca que foi quando os policiais estavam eletrocutando um guerrilheiro e de repente eles começam a cantar e fazer dancinhas durante o ritual de tortura. Foi uma cena bem idiotizada e caricata. A ditadura já foi suficientemente terrÃvel, não é necessário apelar para isso