Esperei por anos esse filme e a experiência foi diferente do que havia imaginado. Para quem assistiu a trilogia e Animatrix, vai entender o que quero dizer. O que eu estranhei no filme foi o clima colorido demais. Até faz sentido, pois no último filme da trilogia, Neo tinha conseguido uma trégua da guerra das máquinas x humanos. Então, faz sentido que seja da forma que foi apresentada a Matrix: mais colorida, engraçada e cômica. Por ter se atualizado, talvez os diretores tenham pensado na Matrix como é nossa vida no mundo digital hoje, com a aderências das redes sociais, como Tik Tok, Facebook e Instagram.
Não se pode esquecer que o perÃodo que a trilogia fora gravada era de 1999 à 2004, um perÃodo em que a internet e tecnologia era muito diferente do que vemos hoje. Achei interessante o roteiro estar baseado no que vivemos atualmente, mostrando a evolução tecnológica e quem agora comanda o mercado: não é mais os engravatados, mas homens comuns, que acompanham as tendências, principalmente de tecnologia . Contudo, eu não apreciei tanto, pois é tudo muito colorido, diferente da proposta dos primeiros filmes do Matrix: um filme no tom esverdeado e cinza, com uma critica filosófica, politica e religiosa, além das cenas clássicas de luta e efeito especiais incrÃveis para época.
Já esperava que o Matrix 4 não iria inovar tanto nessa questão, mas fiquei decepcionada com a forma que foi abordada a nova vida de Neo. Claro que seria óbvio que ele estaria vivendo uma vida normal e comum, assim como no primeiro filme. Mas, faltou um pouco de filosofia e critica social nessa parte. Apenas mostrou ele apático e por mais que ame Neil Patrick Harris, ele como terapeuta foi algo que não combinou com o filme. Foi algo sem propósito. E fiquei ainda mais estarrecida ao ver um agente Smith sem propósito, ajudando o protagonista. Isso foi algo que não fez muito sentido. O melhor era nem ter o agente Smith na história, se fosse para ser abordado como foi.
O que fez voltar ao clima de Matrix era sair da simulação e voltar a Zion. E achei bem interessante mostrar que o lugar estava se reconstruindo. E proposital realmente mostrar que não há mais libertação das consciências, afinal, não se desejava entrar mais em guerra com as máquinas, mas triste ao mesmo tempo, pois o foco do filme Matrix era libertar as consciências, pelo menos ao meu ver. E bem, as cenas de luta foram fracas, principalmente porque o Neo ficava usando a força mental dele para desviar de tudo o tempo todo. Enfim, o filme valeu a pena para ter um toque de nostalgia, mas perdeu muito da essência do primeiro filme. E a guerra entre os humanos e máquinas foi solucionada de uma forma muito simples. Quer dizer, ainda há humanos na Matrix, mas tudo está em uma relativa paz estranha e forçada.