Eduardo Italo – Google

O segundo filme já não tinha muita razão de existir e esse terceiro então, uma completa enrolação sem fim, com personagens que em vez de terem aprendido alguma coisa com os filmes anteriores, conseguem ser mais infantis do que nunca. O filme promete direcionar a história para uma lista de tarefas que nunca é devidamente aproveitada, pois todas as cenas são passadas como um flash, não da para sentir nada além de tédio com esses "desafios" em que eles precisam realizar. Pelo formato do filme, da para notar que a pandemia prejudicou bastante no seu desenvolvimento, pois toda a narrativa se passa em ambientes fechados e na maioria das vezes com poucos personagens, isso pode ter sido um dos fatores para deixar o filme ainda mais superficial e esquecível. O primeiro filme lançado em 2018, mesmo sendo bastante julgado e considerado por muitos o pior filme da Netflix, funciona bem na sua proposta, embora não apresente uma história tão impressionante, consegue ser uma comédia romântica adolescente decente. O segundo resolve resgatar o que deu certo no primeiro, quase como um remake, o que não da certo. O terceiro e ultimo filme da trilogia, mesmo trazendo uma história nova, soa muito como algo que já esta mais que desgastado, os conflitos são criados aleatoriamente, além de deixar claro que a amizade dos protagonistas é extremamente toxica. As "regras" que os personagens inventaram no primeiro filme, já não fazem mais sentido, eles estão em um momento de suas vidas que não se relaciona em nada com essas regras, mesmo forçando muito para encaixa-las na história o roteiro acaba prejudicando o que foi construído nos filmes anteriores. O roteiro é totalmente perdido, introduz vários personagens, não consegue trabalhar com nenhum deles. Esse conseguiu ser o pior filme entre os três. Instagram: @eduardoitalo

Antes mesmo de assistir o filme, já da pra ter uma pequena ideia do que nos aguarda. Assim como Green Book é uma completa passassão de pano para racista, "Quem Vai Ficar com Mário?" também bebe da mesma fonte, mas aqui o coitado é o homofóbico, que mesmo reproduzindo diversas ofensas durante toda a duração do longa, ainda são convertidos a homossexuais, como se todo homofóbico no fundo fosse gay ou algo parecido, colocando a culpa da homofobia nos próprios gays. É, esse filme já nasceu datado. É tão complicado assim fazer uma história de um cara gay que precisa se assumir e encontra dificuldades para isso e no fim ele continua sendo gay? Parece que o roteiro constantemente joga a responsabilidade afetiva do protagonista para possibilidades que não foram apresentadas a ele, e é só aparecer uma mulher que magicamente ele deixa de ser gay e passa a "se apaixonar por pessoas". Poderia ser uma história linda sobre pansexualidade ou até mesmo Bissexualidade, mas esse artificio só é usado para deixar o ator Daniel Rocha mais confortável em dar um beijo de língua em uma mulher do que em um homem, pois nas 1h45 de duração, tudo que temos são selinhos sem vida e quase de amigos. As muitas piadas transfóbicas, colocadas na boca de uma pessoa trans apenas para deixar tudo mais leva, não deixa de ser algo negativo e sem proposito. Os diálogos parecem ter sido escrito para uma plateia, já que os personagens não agem naturalmente e constantemente posam e soltam uma frase de efeito ala Zorra Total. Fora todas as problemáticas de gays afeminados servirem apenas como alivio cômico. O filme pode sim ser bem visto pelo público geral, pois é bem didático e transforma tudo de ruim em algo bom como um passe de mágica, tudo acaba em festa sem qualquer construção básica - mesmo tendo tempo o suficiente para isso - e acaba deixando um sentimento de que "somos todos iguais", o que na vida real é bem diferente. critica no insta: @eduardoitalo

Com uma abordagem mais direta e até mais dinâmica que a parte 1, "Rua do Medo - Parte 2: 1978", consegue ser ainda melhor que o primeiro filme e que permanece trazendo diversas referencias a filmes de slasher (de assassino serial killer) mas o foco claro aqui é a franquia Sexta-feira 13, e que lembrou bastante o que já foi feito na temporada 8 de American Horror Story: 1984. O filme possui uma pegada bem teen, por causa do elenco mas assim como na primeira parte, as mortes são realmente sangrentas e pesadas, o grande diferencial é que já sabemos como tudo deve terminar, porém ainda é bom acompanhar a jornada que acaba trazendo algumas surpresas no meio do caminho e até mesmo no seu desfecho. O mais interessante no filme são as mortes e como elas são realizadas, a maioria não mostra o assassino executando suas vitimas o que causa ainda mais medo só de imaginar, acredito que foi uma escolha certeira, até por que boa parte das vitimas são crianças e seria arriscado mostrar tantas mortes assim em tela. A trilha sonora ajuda a compor melhor a época e existe um acervo ótimo de excelentes hits, que funcionam muito e ajudam a situar o espectador no ambiente, além de ser um momento nostálgico ótimo. "Rua do Medo - Parte 2: 1978" é mais um acerto dessa trilogia, que além de trazer ótimas referencias, ainda constrói uma história cativante com seus personagens, sem ter medo de poupa-los, colocando a história a frente de qualquer coisa. instagram: @eduardoitalo

Diferente de séries como Elite ou Sense8, onde as relações homoafetivas são retratadas com muito sexo e mas pouco desenvolvimento afetivo, "Young Royals" é uma série que busca mostrar o entendimento da sexualidade do protagonista, e como ele expressa isso. Ao contrário de muitas produções assim onde um personagem gay não assumido normalmente é tímido e não da o primeiro passo, aqui esse papel é invertido, já que o personagem principal Wilhelm, mesmo não sendo abertamente gay, não tem medo de puxar conversa, seguir, e demonstrar seus sentimentos para Simon, o cara que ele gosta, e que é assumidamente gay. A história é bem simples, sem grandes acontecimentos e de fato não deve ser tão interessante para determinados públicos, acredito que a série funciona mais para quem se identificar com os personagens e as situações básicas da construção de um relacionamento homoafetivo. Embora a série tenha outros núcleos e personagens, toda a história é construída para o favorecimento do casal principal e não existe qualquer aproveitamento desses outros personagens, que literalmente ficam apenas de passagem pela trama e quase não possuem importância. Alguns podem dizer que séries assim já existem aos montes, onde duas pessoas se conhecem e começam a ficar juntas em uma história de romance simples mas o diferencial é que histórias dando destaque a uma relação gay e comum é difícil de ver, isso que muda todo o contexto da série e trás outro olhar para o que já somos acostumados a ver por ai. instagram: @eduardoitalo