Uma boa introdução para não iniciados no assunto, apresentando um ambiente que de fato potencializou problemas já existentes na sociedade. O primeiro erro do documentário é fazer parecer que essas questões começaram com o advento das redes sociais.
O maior erro da produção é colocar o usuário como uma vÃtima passiva e indefesa desta situação (pateticamente correlacionando com o mercado de drogas), como se participação dele neste dilema não viesse agregar outros debates, como neutralidade das redes, liberdade de expressão ou mesmo a consciência sobre responsabilidade e consequências sobre seus próprios atos.
Por fim, o diretor cospe na cara do espectador seus desejos e intenções com o documentário, sem margem para debate ou outras soluções: uma sequência de cinco ou seis entrevistados (muitas vezes especialistas de uma área comentando sobre outra área) falando a mesma palavra, "regulação", deixando claro que você pode desconfiar de todo o conteúdo anteriormente apresentado, já que a rasa conclusão estava pronta antes mesmo de qualquer gravação.
Colocar as Big Techs como vilões a serem combatidos é a própria manipulação atuando a favor de uma narrativa palatável para quem já é propenso a este tipo de discurso ou pra quem tem dificuldades de se aprofundar sobre o tema.