Rodrigo

O filme traz uma interpretação psicológica e introspectiva do personagem, distanciando-se do estilo de ação dos filmes de super-heróis sendo uma história de alguém. Em vez de mostrar o vilão como símbolo de caos e anarquia, o filme foca na vulnerabilidade mental de Arthur Fleck, um homem mergulhado em melancolia e delírios, nos quais a linha entre realidade e fantasia se torna incerta. Ao explorar esses momentos como reflexos da mente perturbada de Arthur, o filme oferece uma visão mais complexa do personagem, sugerindo que ele não é o Coringa dos quadrinhos, mas alguém que inspirou o vilão. Isso se torna evidente no desfecho, onde Arthur seja assassinado pelo que pode vir a ser o Coringa psicótico e psicopata, talvez assumindo-o futuramente. A recepção negativa pode ser atribuída à expectativa de uma adaptação fiel e mais focada na ação. No entanto, ao ver Arthur como uma espécie de precursor do Coringa e aparte musical não passar de delirio, o filme ganha profundidade ao tratar menos de violência e caos e mais da tragédia humana. Dessa forma, Coringa se torna uma obra que, ao invés de focar no espetáculo, traz uma análise sombria sobre a construção de um ícone perturbado e ambíguo.

Quando apertei o "play" para assistir o filme minhas expectativas eras de neutras para baixas pois esperava realmente que o filme fosse um fã service seguindo os aspectos originais do filme, com uma historia neutra não comprometendo a trilogia, porem aos primeiros 15 minutos, boom, filme sensacional. Primeiramente a proposta é que o filme se passa numa nova realidade, não sendo exatamente a Matrix da primeira trilogia, se nao entender isso, esquece, o filme passa a ser ruim. Esse novo ambiente acaba fazendo sentido em ter um visual menos sintético, minimalista tanto no visual como nos diálogos, pois a nova Matrix passa a ser um programa aprimorado, mais realista e complexo, com colaboração do Neo, mesmo sem perceber, porém um dos objetivos é manter Neo e Trinity aprisionados, pois se torna claro que não é somente ele o escolhido mas ambos. O filme tem bastante spin off e flashbacks, baseados em lembranças inconscientes dos personagens e ideias extremas de temas cinematográficos, porem depois da terceira parte da trilogia é de se esperar que em Ressurrections a Matrix tenha um sistema de seguranças ainda mais robusto, absurdo, pois Neo e Smith transformaram o "planeta" em um caroço devido a desproporcionalidade do poder de ambos extrapolando até mesmo as fronteiras virtuais. Entendo quem não gostou do filmes, mas é importante assistir com a mente aberta e de que o filme se passa em um outro ambiente, sistema, programa e realidade ambientada em décadas depois.