Eckhart de Hochheim, O.P. (Tambach, Turíngia, 1260 – Colônia, 1328), mais conhecido como Mestre Eckhart, em reconhecimento aos títulos acadêmicos obtidos durante sua estadia na Universidade de Paris, foi um frade dominicano alemão, reconhecido por sua obra como teólogo e filósofo e por seu misticismo. Ele é considerado como um dos grandes símbolos do espírito intelectual da idade média. (da Wikipédia)
Mestre Eckhart proferiu eloquentes sermões e deixou muitos textos de grande beleza e profundidade, marcados por uma linguagem paradoxal, incomum e, para alguns, controversa, que o levaram a ser questionado pela ortodoxia católica e julgado pela inquisição. Morreu antes de ser condenado por heresia. No final dos anos 90, Joseph Ratzinger, então presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, reconheceu sua ortodoxia e o valor de seus ensinamentos. (da 2ª orelha)
Este livreto contém as conversações que o vigário da Turíngia, o prior de Erfurt, Frei Eckhart, da Ordem dos Pregadores, manteve com seus filhos (espirituais) que lhe colocavam muitas questões quando estavam sentados juntos para as preleções da tarde. (da Contracapa)
Isto posto, o que eu digo, reles leitor?! Ao ler essa poucas 70 páginas, me parece que li 700; concordando a nossa colega skoober Eliane Maria, que também resenhou aqui, se engana quem acha que vai encontrar uma leitura fácil. De fato, cada um dos 23 capítulos deste livro, uns curtos, outros mais longos (respeitada a proporção), nos causam uma catarse de meditação, como se você estivesse degustando um alimento simples, porém nutritivo.
Lembrei que, para muitos e como é divulgado há tempos, a Idade Média foi a Idade das Trevas; poderíamos concordar ao ver como o próprio autor foi quase condenado pela Inquisição devido às suas ideias, pois somente após quase 700 anos foi "perdoado" pelo então Inquisidor-chefe, o papa emérito Bento XVI. Por outro lado, vejamos como a Idade dita das Trevas foi profícua em filósofos, inventores, cientistas, artistas e outras sumidades; Mestre Eckhart se encontra nesse rol.
Ah, só para registrar, o texto possui cotradução de Leonardo Boff que, coincidentemente, também foi quase condenado pela moderna Inquisição devido à Teologia da Libertação, pelo mesmo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé que perdoou Mestre Eckhart, o então cardeal Joseph Ratzinger.