Sempre fui e continuo sendo fã de ficção cientÃfica, meu gênero favorito de filmes desde que me entendo por gente. E ainda mais quando o filme vem de um clássico cult (para muitos superestimado) de 1982, baseado na obra do aclamado Philip K. Dick e o seu livro "Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?". Blade Runner 2049 chegou chegando, que filmão! Que experiência visual e narrativa maravilhosa, sublime, um filme que não é apressado em seus acontecimentos ou suas reviravoltas, mas um acerto (e que acerto!) de Denis Villeneuve (Incêndios, Os Suspeitos, O Homem Duplicado, Sicário, A Chegada), que para mim é o melhor diretor da atualidade. Os filmes de Villeneuve são esteticamente perfeitos em fotografia, montagem, edição de som, iluminação e construção de narrativa, ele tem um domÃnio muito grande de construção de universos, por isso, o design de produção de seus longas é sublime elevado a uma grandeza sem precedentes, ele sabe realmente o que quer e onde quer chegar. Em Blade Runner 2049 acompanhamos a história do replicante K (Ryan Gosling) que é um humano sintético criado da biotecnologia das empresas de Wallace (Jared Leto). Sua missão é caçar os modelos antigos de replicantes, como Deckard (Harrison Ford), até que se depara com um caso de uma criança, nascida de um sintético, que mexe com sua razão de ser e existir. O longa bate em filosofia pesada sobre IoT (Internet das Coisas) e principalmente AI (Inteligência Artificial), a metafÃsica também está presente na produção de forma mais variada, encorpando a ficção e aproximando das indagações da obra original de K. Dick. O diretor, além de ser muito competente no material que entrega ao público, é extremamente cirúrgico na edição de sua trilha sonora (aqui pra nós, um personagem a parte). o som criado por Benjamin Wallfisch e Hans Zimmer é majestoso, e compõe com perfeição os momentos de tensão e grandiosidade de Blade Runner 2049, assim como a fotografia de Roger Deakins que merece todos os elogios do mundo (que lindeza!). Denis Villeneuve consegue, novamente, entregar um filme grandioso e a altura de seu antecessor. Assista na maior tela possÃvel, pois vale a pena!