Lorenzo Almeida

Vi o primeiro filme que se baseou no livro Assassinato no Expresso do Oriente, e adorei o filme, o que me levou a ler as obras da Agatha Christie, da qual me apaixonei por seus livros. Mas o roteiro desse filme não se baseou no livro "Morte no Nilo" (na minha concepção). Realmente, as bases desse filme só são firmadas em cenas das quais gera-se certa ação, e as partes que o personagem detetive Hercule Poirot soluciona os casos. Quem ler o livro e ver o filme vai sentir diversas coisas. Eu senti tristeza: roteiro adaptado demasiadamente para aplicar-se ao mundo e sua cultura atuais; elenco incrível, mas personagens pouquíssimo aprofundados; depois do ato principal (morte de Linnet), todos os diálogos são intensamente rápidos; propaganda ideológica afirmando que "amor é algo ruim"; personagens faltando ou que foram trocados por personagens sem carisma nenhum... E o final me entristeceu muito (alerta de spoiler): Hercule Poirot sem o bigode. Além de criar uma história sobre o porquê dele usar esse bigodão que o caracteriza, o filme destroça o personagem, quando deveria mostrá-lo com grande espírito, apesar de seus tropeços. Por que inventar uma história sobre ele ter um bigode exótico quando deveria focar no enredo do filme? E por que tantas afirmações sobre esse falso "amor" que tanto pregam? Esse "amor" nós vimos em Star Wars, quando Anakin destrói sua vida e a galáxia porque não conseguiu controlar o medo de perder sua amada. Esse filme deixou muito a desejar. Adorei o Assassinato no Expresso do Oriente, os personagens geraram carisma, entendíamos suas motivações... Em Morte no Nilo, não: todas as ações dos personagens eram (quase) justificadas com uma palavra: "amor". Enquanto no outro filme, o foco foi a "vingança", e o grande dilema de achar o assassino de um assassino. De qualquer maneira, gostei a atuação dos atores. Sei que tiveram que seguir um roteiro muito fraco, mas realmente, Kenneth Branagh é um excelente ator, assim como o resto do elenco.

Um dos melhores filmes que já vi