A prova que o filme é bom já seria o mi-mi-mi de quem "não assistiu e não gostou" que pululam os sites de crÃtica cinematográfica.
Mas indo além desse esforço de boicote, temos a ótima qualidade do filme em si. Wagner Moura estréia na direção com precisão, dirigindo muito bem cenas de ação e colocando o expectador dentro do filme quase literalmente, ao colocar a câmera bem ao lado dos personagens e em planos longos. Sem perceber estamos envolvidos na situação como se dela participássemos.
E isso ainda por cima exige dos atores o máximo, porque as tomadas são muito próximas dos rostos, fazendo com que as expressões tenham que ser o máximo convincentes para que sejam crÃveis.
O filme é honesto na proposta e no roteiro. Mistura uma precisão histórica no contexto com a liberdade da ficção para contar uma história biográfica sem se ater em demasia ao biografado. Marighella não era negro, mas o objetivo do livro não é retratar ele fielmente, mas, sim, o perÃodo em que viveu.
O filme é uma "biografia" da luta de Marighella e não de Marighella em si.