Tinha tanto tempo que eu não via 'Zorba - o Grego' (1964, Michael Cacoyannis, EUA/GRE) que parecia minha primeira apreciação deste clássico. Pense num filme maravilhoso!
Numa sÃntese a produção acompanha a amizade entre dois homens na ilha grega de Creta. Obviamente sua narrativa vai muito além disso...
A pelÃcula é um "bromance", uma amizade masculina tão forte entre os protagonistas que em muito lembra uma relação amorosa.
Só que o amor de Zorba (Anthony Quinn) e Basil (Alan Bates) não é homossexual. Ele é de uma compreensão e sintonia que chega a transcender pois, naturalmente, eles se completam em suas personalidades antagônicas. Enquanto Zorba é um velho mulherengo de espÃrito alegre, o jovem Basil é o oposto: pudico e introvertido.
Curiosamente seus envolvimentos amorosos com as mulheres do filme tomam contornos melancólicos e até mesmo trágicos, situação que fortalece ainda mais a relação entre ambos.
Na alegria ou na tristeza o que importa para eles é manter a fidelidade de suas amizades e dançar! A conclusão de suas jornadas se materializa numa das cenas mais antológicas e conhecidas do cinema, quando a dupla celebra a vida bailando ao som da famosa composição instrumental 'That's me - Zorba!', de MÃkis Theodorákis.
Esse clássico foi indicado a 7 Oscar e levou 3: fotografia em preto e branco, direção de arte e atriz coadjuvante para LÃla Kédrova. Ainda foi nomeado a melhor filme, direção, roteiro adaptado e ator para Anthony Quinn.
Curiosamente 'Zorba - o Grego' possui uma atmosfera bem internacional. Foi rodado na Grécia com atores locais (destaque para Irene Papas) e ainda contou no elenco com uma atriz russa naturalizada francesa (Kédrova), um britânico (Bates) e um mexicano (Quinn) - além de parte da produção ser estadunidense.