Renato Saldanha

Excelente narrativa, o Satíricon, de Petrônio, sobre os costumes decadentes da Roma do primeiro século d. C. Texto mais realista, mais cru que o Decameron, de Bocácio, cujo nome vai aqui aportuguesado. Lê-lo é indispensável, para bem conhecermos que a decadência econômica das grandes civilizações, dos impérios, arrasta consigo os seus códigos morais. --Renato Saldanha, Fortaleza, 24/08/22.

Obra realista, autobiográfica, que mostra a pobreza estarrecedora das favelas cariocas, num tempo em que muitos artistas retratavam-na dum ponto de vista romântico e a classe dominante fingia desconhecer. Obra de denúncia, de luta por melhores dias, dessa trabalhadora valentíssima que nunca desistiu de lutar contra a desigualdade econômica e social, sobretudo por um Brasil melhor, Carolina de Jesus.

Obra excelente e muito corajosa -- põe-se a nu a corrupção da administração portuguesa, num tempo obscuro em que fazê-lo poderia levar seu autor a sofrer severíssimas punições, já que se vivia sob um estado absolutista e em extremo conservador. Ainda hoje o Brasil, filho de Portugal, é vítima dessa roubalheira, em que os chamados "homens públicos" fazem de seu o patrimônio estatal.