Apesar de ser um livro do século XX, parece que o autor estava olhando pela janela os rumos que a sociedade e mais precisamente pessoas detentoras de poder e inquietas por mudanças drásticas estavam prestes a fazer. Detentoras de poder no âmbito intelectual, C.S. Lewis faz um panorama com muita precisão de quem tem o poder de formar pessoas, que são os educadores e ressalta a importância dos mesmos, pois eles são como pessoas que herdaram uma fortuna, mas com poderes advém responsabilidades. Lewis nota que ao que parece em todas as gerações existem pessoas que olham para o passado com uma visão de desprezo, essas pessoas se acham quase que intocáveis e por isso se colocam na incumbência de criar novos parâmetros para as gerações futuras, mas inevitavelmente esses paladinos intelectuais recaem numa visão anacrônica irreversível. Segundo Lewis, os "detentores da razão" desconstroem para construir, mas antes de construir são imersos num abismo de perdição.
Nas palavras de Lewis, "criamos homens sem peito e esperamos deles a virtude e a iniciativa...Nós os castramos e exigimos dos castrados que sejam frutíferos."
Logo, por mais bem intencionada que sejam as intenções dos moldadores de homens, todos os seus caminhos vão culminar na Abolição do Homem.