Edda Pantuzza – Google

O mais importante no filme é o PRECONCEITO dos britânicos e europeus em relação aos negros, latinos e árabes. Este preconceito gera ódio e irracionalidade que impulsionam as pessoas a matarem mesmo não havendo nenhuma prova que o rapaz tivesse cometido o ataque terrorista, mas bastava para elas o fato de ele ser árabe. E a Internet facilita a propagação do ódio, da mentira e da injustiça. Recomendo este filme.

Pensei que seria mais fácil humanizar um tiranossauro rex do que o personagem militar de Tommy Lee Jones, que no final do filme consegue aumentar seu restrito vocabulário com palavras como "thank you", "please" e "sorry". O mundo dos militares e policiais é machista, misógino, preconceituoso, cínico e arrogante, mesmo assim o pai aprova e reforça a "escolha" dos filhos de seguirem a carreira militar. Com certeza seriam estes filhos menos infelizes e teriam uma vida mais longa se não tivessem um pai militar. Lennon diria, All we are saying is give peace a chance!

O que mais me chamou atenção no filme foi a omissão do pai general e do exército em relação a um crime hediondo cometido por soldados contra um soldado mulher. Ela foi estuprada por vários soldados durante várias horas, seu corpo ficou profundamente ferido por dentro e por fora, o que gerou um trauma psicológico jamais superado. O filme é um protesto feminino contra o silêncio dos homens e da sociedade em relação às violências cometidas contra as mulheres, seja no exército, seja nas ruas, ônibus, trabalho e dentro de casa. A luta feminista gerou muitas conquistas para as mulheres, mas ainda temos que lutar arduamente para sermos tratadas com respeito, como seres humanos, não como objetos que os homens se acham no direito de usar quando e onde quiserem. E como toda luta por direitos, houve, há e haverá sofrimento, sangue e morte daquelas que se atreveram a romper o silêncio e gritar para o mundo.