Marcos Costa

Amor entre os juncos consegue narrar a fugacidade do afeto, imerso numa atmosfera bucólica: uma verdadeira criação poética. Impressionante a delicadeza das filmagens, a preocupação com os temas dos enquadramentos e a iluminação, fazendo tudo ficar mais paradisíaco do que veríamos. Mesmos as cenas de sexo parecem concebidas por um olhar artístico e cuidadoso. Delicadeza presente no filme inteiro. Os ângulos POV nos carregam para dentro das diversas cenas, como se pudéssemos sentir e ver a beleza que os protagonistas sentem e vêem. O roteiro, claro, não se esquece dos elementos que bloqueiam o desejo e trazem inquietude, bem representados pela figura do luto, da imigração, da guerra, do pai e da cultura repressiva que aparece no subtexto e no desfecho da trama.