O filme em questão explora de forma crua e impactante os bastidores sombrios da indústria de Hollywood, onde a beleza inatingÃvel e a sexualização das mulheres ganham protagonismo. O longa mergulha profundamente na questão de como a sociedade, especialmente o show business, transforma mulheres em produtos, avaliando seu valor com base em padrões estéticos rÃgidos e quase impossÃveis de serem atingidos.
No entanto, o filme não se limita a essa análise superficial de beleza e idade. Ele vai além, oferecendo uma visão doentia da sociedade atual, onde não apenas a aparência é moldada pelos padrões, mas também o próprio eu interior. Existe uma romantização contÃnua pela busca de algo "melhor", um ciclo vicioso que destrói a autoestima e leva à aniquilação da própria identidade. As protagonistas vivem em função de um ideal inalcançável, e isso as corrói por dentro, matando suas versões originais na busca de algo que jamais poderão ser.
O tom obscuro e perturbador do filme ressalta as armadilhas da modernidade e da cultura de celebridade. A pressão para estar sempre jovem, magra e "perfeita" é desconstruÃda de forma brutal, oferecendo um espelho distorcido, mas honesto, da realidade. Não é apenas uma crÃtica à indústria de entretenimento, mas uma reflexão sobre como os valores sociais têm perpetuado um ciclo tóxico de autossabotagem e desumanização.
A desumanização aqui não é literal, mas social: qualquer desvio da juventude ou da estética idealizada leva a uma espécie de alienação. As cenas em que isso é retratado, com mulheres que não se encaixam mais nos moldes exigidos sendo vistas de forma grotesca, são potentes e simbólicas, reforçando a crÃtica ao culto do corpo perfeito e jovem.