Maria Isa S.N

Eu sai do filme completamente impactado com a história não só porque faz a gente pensar sobre o etarismo que atinge praticamente todas as mulheres, mas também como a nossa obsessão pela perfeição estética pode nos destruir. É muito doido perceber a Elizabeth e a Sue se tratando como inimigas e se auto destruindo no processo, porque em realidade por mais que não pareça lógico, todo mundo já deve ter passado por processos de insegurança que desbocaram em autossabotagem. Confesso que a cena de Demi Moore se arrumando e logo desistindo do encontro por comparar a sua versão "mais perfeita" foi de longe a cena que mais me impactou e me sensibilizou

Foi um filme que me emocionou bastante e me deixou envolvida com a história do início ao fim. As atuações são magníficas desde a Fernanda Torres ao Selton Mello, a Luiza Kosovski, a Bárbara Luz, a Fernanda Montenegro... todos contribuem muito para esse sentimento familiar. É um filme que faz você se sentir parte daquela família, além de todo o cenário e a fotografia te colocar nos anos 70 de perseguição da Ditadura Militar. Assim sendo, é muito difícil você não sentir a angustia daquela família que não sabe para onde o seu pai foi levado e nem se ele vai voltar um dia. O que mais corta o meu coração é saber que a Eunice Paiva teve que lutar muito para que fosse reconhecida a morte de seu marido, para além do próprio desaparecimento. Também devo dizer que o Marcelo Rubens Paiva também merece muitos aplausos pela coragem de expor e contar a história da sua família de uma forma tão sensível - logo que sai do cinema comprei o livro para ler.

Vale muito a pena assistir É um humor ácido e genial para retratar o que foi 2020