O filme é uma obra cinematográfica profundamente tocante. As fotografias interagem diretamente com os sentimentos evocados em cada cena, transmitindo uma atmosfera sombria que circunda a personagem principal. Os diálogos, estrategicamente colocados, conectam-se ao desfecho, enriquecendo o enredo e reforçando as emoções do espectador.
Embora o contexto da ditadura esteja presente, o foco recai sobre o pesar íntimo da protagonista. O filme nos faz refletir não apenas sobre a tragédia que a acomete, mas também sobre os sentimentos que emergem ao longo da narrativa. Cada cena transcende a anterior, criando uma sequência de eventos que intensificam a angústia e o sofrimento da personagem, cuja dor é marcada pela ausência de luto. Essa amargura transforma cada momento em algo ainda mais impactante, trazendo uma mistura de tristeza, melancolia, esperança e desespero.
Próximo ao final, o filme atinge o clímax emocional: um nó na garganta, um grito contido. Essa sensação é traduzida brilhantemente pela versão mais velha da personagem, que, sem dizer uma única palavra, sintetiza o significado de toda a obra.
A cinematografia é impecável, e o filme vai além da simples dicotomia entre “gostar ou não gostar”. Os atores e atrizes entregam performances memoráveis, com expressões que capturam perfeitamente a essência emocional de cada cena.
Trata-se de uma obra de arte cinematográfica que aborda, de forma visceral e profundamente reflexiva, um tema importante e doloroso da história de nosso país.
É um filme digno de reconhecimento em diversas categorias ao Oscar.