Não se engane, o filme não tem nada de "bobo". Um dos melhores exemplos de como o cinema pode ser bem utilizado em sua forma de arte, abordando temáticas complexas e trazendo reflexões genuÃnas. O filme aborda a temática do vÃcio (em álcool e drogas), relações tóxicas/ abusivas e dependência afetiva. Junto a isso, o filme mistura essa temática densa tentando "deixar mais leve" (contém ironia) abordando a definição complexa de "efeito borboleta". Esqueçam SEUL, o filme gira em torno de Gloria (Anne Hathaway) travando uma verdadeira luta interna para se livrar do vÃcio e das relações abusivas que a rodearam durante toda vida. Ao chegar ao fundo do poço, Gloria volta para sua cidade de origem, onde encontra as raÃzes de suas relações de dependência afetiva. Para mim as duas cenas mais marcantes é quando ela trava a "luta no parque", onde ela apanha, e finalmente se dá conta de como o vÃcio afeta tudo e todos ao seu redor (na sequência ela entende que precisa se afastar daquilo que a prejudica para se tornar maior do que seus próprios medos). E a segunda cena marcante é a do final, quando Gloria senta na mesa de um bar em SEUL, e lhe é oferecida uma bebida. Nessa cena, com "ares de humor", Gloria compreende que a luta contra a dependência, será uma luta para a vida inteira. O filme não é sobre salvar o mundo em sua literalidade, mas sim a representação de salvar a si mesmo (enquanto mundo singular) dos vÃcios e relações abusivas, e como esses vÃcios afetam todos ao nosso redor.