Eduarda Ferrari

Crítica de Gladiador 2 Gladiador 2 chega carregando o peso de um legado monumental e, surpreendentemente, sai da arena com a cabeça erguida. O filme mantém toda a estrutura que fez do original um clássico: a corrupção entranhada de Roma, o espetáculo brutal das arenas e a tensão constante entre honra e poder. Desde o primeiro ato, fica claro que há respeito pela obra anterior, e isso é algo que os fãs mais puristas agradecem. Os novos imperadores, os irmãos Gêmeos (Grega e Caracala), brilham como antagonistas. Mimados, arrogantes, voláteis, são uma releitura fiel do que foi Commodus, e talvez até mais perigosos por estarem em dupla. Caracala, em especial, entrega uma performance desequilibrada que remete diretamente à loucura de Calígula, especialmente na referência ao cavalo Incitatus como cônsul, um detalhe histórico que os cinéfilos e historiadores vão captar com gosto. A trilha sonora continua arrebatadora, emocional e grandiosa, conduzindo o público como um coro romano moderno. As cenas de batalha mantêm o mesmo ritmo visceral e emocionante do primeiro filme, com coreografias intensas e realismo sangrento. A volta de rostos conhecidos do primeiro filme eleva ainda mais a carga emocional e a imersão, há momentos em que a nostalgia se mistura com o impacto do novo, criando algo realmente especial. Dito isso, Gladiador 2 não está livre de falhas. O CGI dos macacos no início é simplesmente desastroso, um detalhe que poderia ter sido facilmente evitado e que destoa do restante da produção. A morte do General Acacius é outro ponto fraco: sem impacto, sem construção, sem importância real. Sua presença no filme é quase nula, e sua saída passa batida, como um personagem que nunca chegou a importar. Outro ponto que precisa ser dito: este filme não precisava existir. Em essência, é uma cópia direta do primeiro. A estrutura é a mesma, os conflitos são similares, e a sensação de déjà vu é constante. Se não fosse por Denzel Washington, que domina a tela com carisma e presença, o filme correria o risco de se tornar monótono. Ele carrega o enredo nas costas, entregando um personagem magnético e cheio de camadas. Mesmo assim, Gladiador 2 entrega o que promete: emoção, brutalidade, e uma Roma tão suja e fascinante quanto antes. É uma sequência que respeita o original, mesmo que não o supere e, para muitos fãs, isso já é o suficiente para aplaudir de

A nova versão de Branca de Neve (2025) é um desastre anunciado que cumpre todas as previsões pessimistas. Desde o momento em que a Disney decidiu reescrever sua própria história, removendo elementos clássicos e personagens icônicos, o filme perdeu sua identidade. A protagonista parece desconectada da essência do conto original, transformando uma jornada de autodescoberta em um manifesto genérico e sem alma. A ausência dos sete anões, substituídos por um grupo aleatório de personagens de CGI, elimina um dos aspectos mais icônicos da trama. Além disso, a falta de um Príncipe ou qualquer construção convincente de romance faz com que a história perca seu encanto atemporal. Visualmente, o filme até tenta impressionar, mas os efeitos especiais são inconsistentes e o design de produção carece da magia e do capricho que tornaram as animações clássicas inesquecíveis. A trilha sonora é esquecível, e as novas canções não chegam perto do impacto das originais. No fim, Branca de Neve (2025) parece mais um projeto preocupado em se distanciar do passado do que em contar uma boa história. O resultado? Um filme morno, sem carisma e facilmente esquecível.