Arthur Kaufman

Achei um filme fantástico: bem feito, paisagens bonitas, grande desempenho dos ótimos atores. Evidentemente, não deve ser avaliado do ponto de vista literal, pois não pode existir, em carne e osso, tal personagem como Jeniffer. No entanto, a diretora Coralie Fargeat descreve com perfeição e suspense todas as cenas e mostra a torcida do espectador para que a trama se resolva da forma como foi resolvida. Vale a pena consultar a filmografia de Coralie. Por enquanto, vi os ótimos Vingança e A Substância. Quero também ressaltar a ótima e instrutiva crítica escrita por Daniel Carvalho.

Como grande parte dos filmes brasileiros, a sonoplastia é ruim na televisão. Quanto ao personagem Ulisses, o argentino, entende-se menos ainda seu Portunhol, associado à sua própria falta de expressão. Sem dúvida, Simone Spoladore é ótima e salva o filme.

Filme de música bonita e cartões postais de Istambul, bem empacotado para levar pessoas mais sensíveis às lágrimas. A história é das mais batidas, todo mundo já viu alguma coisa parecida. É um amontoado de clichês já vistos em centenas de filmes com a mesma pegada. O compromisso com a realidade é muito pequeno. Veja-se que a esposa do grande violinista, ex-pianista, afirma ter largado o piano por causa do casamento, sendo que eles nem filhos tiveram. Não obstante, após anos sem tocar, ela ensaia apenas um dia, o suficiente para tocar com ele perante uma grande plateia. E a garotinha vai tocar também, claro que exclusivamente para o público (do filme) aplaudir de pé e a plateia do Netflix derramar mais algumas lágrimas, antes de dizer "que filme maravilhoso!"

Documentário surpreendente, mostra uma pessoa de personalidade fascinante. Vale à pena assistir.