Thais Nachmanovitch

Classifico esse filme como uma caricatura que não está muito distante da realidade! Estamos submetidos à uma idiotização e mediocridade humana que, ao contrário do que alguns filósofos da pós-modernidade afirmam, não é inerente ao nosso ser, mas sim imposto pelas condições materiais e por uma estrutura que não é feita para que possamos ser indivíduos plenos e conscientes para além de nossas individualidades e prazeres momentâneos, neste filme fica evidente o quão perigoso isto pode ser em um cenário catastrófico, tecnologia e acesso a informação (não necessariamente qualitativa) não garantem uma consciência elevada, pelo contrário, alimentam todo tipo de futilidades, teorias da conspiração e negacionismo, fazendo uma analogia com a realidade, temos os anti-vacinas e vivemos num mundo “globalizado” em que ainda existem dezenas de países que não vacinaram seus habitantes contra a COVID-19, prolongando uma pandemia mundial que já matou milhares de pessoas e que de tempos em tempos surgem novas variantes porque simplesmente o vírus não para de circular, mesmo sendo completamente possível o fornecimento de vacinas para todos. É imprescindível comentar sobre o jogo político do capital e dos magnatas corporativos, neste filme, mais precisamente dos estadunidenses, que ao contrário do que acontece na maioria das produções norte americanas, não estão muito preocupados em salvar o planeta e sim em aumentar suas fortunas e garantirem patrocínio para as próximas eleições, para os simpatizantes dessa nação deve ser um pouco decepcionante se deparar com uma américa assim. Particularmente, gosto como o filme retrata os personagens principais como humanos “perfeitamente defeituosos” e por isso sensacionais.

Tragicomédia sem um final necessariamente feliz, bem como a vida real.