Um romance angustiante e autobiográfico, que trás consigo as dores da autora e suas motivações por trás de seu fim.
"A Redoma de Vidro" nos apresenta uma visão fragil e atenciosa sobre a saúde mental feminina e sua dicotomia do eu físico e não-físico na década de 60. Sylvia Plath, através de sua escrita simples e doce, nos apresenta uma percepção única sobre a depressão clínica e as pressões externas e internas por sua "condição mulher".
Ao longo da narrativa, Plath explora temas como a dualidade entre identidade e aparência, os efeitos devastadores do perfeccionismo e a luta para equilibrar desejos pessoais com as demandas sociais. Seu jeito íntimo e por vezes perturbador faz com que o leitor tenha empatia ou se identifique com a mente da protagonista, acompanhando sua descida ao fundo do poço e os esforços para escapar de um confinamento metafórico e figurativo.
Porém, é de nosso dever moral ter uma visão divergente e uma percepção anacrônica aos fatos apresentados, principalmente por conta do livro conter diversas descrições racistas e discriminatórias no geral. Apesar de ter sido escrito à décadas atrás devemos manter uma percepção atual sobre a obra, — indiferentemente das visões de época em que é ambientada — e temos que entender de que esses elementos devem ser analisados e criticados sempre que recomendarmos uma obra para certos indivíduos.